Lipoaspiração é o nome dado à técnica que consiste em retirar o excesso de gordura localizada através de um aparelho de sucção ou seringas especiais. Já a lipoescultura consiste em utilizar a gordura retirada para modelar partes do corpo ou preencher depressões.
A maioria das pessoas queixa-se de acúmulos anormais de gordura em certas partes do corpo, apresentando nítidas alterações morfológicas com efeitos antiestéticos. Tais pessoas claramente se beneficiam da aspiração localizada de tecido gorduroso.
A gordura retirada pela lipoaspiração pode ser utilizada para preenchimento de irregularidades ou depressões corporais e até mesmo para aumento dos glúteos (bumbum), sendo preparada e enxertada nesses locais.
Para ajudar na avaliação pré-operatória das áreas que necessitam de intervenção solicita-se fotografias dessas regiões. Elas permitem avaliar o contorno corporal com mais fidelidade e ajudam durante a intervenção, quando o(a) paciente fica deitado, na avaliação de diferenças e assimetrias.
A lipoaspiração não deve ser considerada uma substituta do emagrecimento, visto que só é possível retirar gordura de áreas delimitadas e em volume limitado. O volume aspirado não deve ultrapassar 7% do peso corporal e nem 40% da área corporal. O procedimento também não corrige a celulite e não deve ser realizado isoladamente em pacientes com a pele muito flácida, situação em que se indica um procedimento de ressecção cutânea associado, como a abdominoplastia.
Informações Específicas
ANESTESIA
Conforme o caso a anestesia pode ser local, peridural ou geral. Como a maioria dos casos é de gordura localizada do abdome para baixo, a anestesia mais usada é peridural. Há também a possibilidade de que a escolha seja feita pelo(a) paciente, desde que com prévia ponderação da conveniência com a equipe cirúrgica e anestésica.
PROCEDIMENTO
Depende do número de áreas ou regiões a serem aspiradas.
CICATRIZES
As cicatrizes são pequenas (cerca de três milímetros) e são colocadas em lugares ocultos, dependendo das regiões aspiradas.
PERÍODO DE INTERNAÇÃO
Em lipoaspirações pequenas, com anestesia local e sedação assistida, é de 6 a 12 horas. Mas o período habitual de internação é de 12 a 24 horas quando se emprega a anestesia peridural ou geral.
Evolução Pós-Operatória
Os cuidados pós-operatórios dizem respeito ao uso de modeladores, repouso por alguns dias, drenagens linfáticas, evitar esportes e sol por certo período e também calças de cintura baixa. As etapas da evolução são:
- Período imediato:
Vai até o 30º dia. São comuns equimoses (roxos) e o edema é bastante acentuado; - Período mediato:
Do 30º dia ao 6º mês. Fase em que começa a desaparecer o edema e, se houver hematomas, o abdome se torna irregular, cheio de elevações e áreas mais e menos consistentes, mas essas áreas vão readquirindo progressivamente a consistência normal; - Período tardio:
Após o sexto mês a pele e o subcutâneo readquirem o aspecto e a consistência normais, permitindo avaliar se ainda há áreas com acúmulo de gordura que necessitem de nova intervenção.
DOR
Normalmente a recuperação é pouco dolorosa, sendo essas dores facilmente combatidas com analgésicos comuns. Em casos de associação com outros procedimentos as dores podem ser mais intensas, mas também controláveis.
A sensação dolorosa que o(a) paciente experimenta quando se movimenta costuma não existir em repouso.
EDEMA (INCHAÇO) E EQUIMOSES (ROXOS)
Por causa do edema pós-operatório o abdome e demais regiões tratadas, durante os primeiros 30 a 40 dias, ficam maiores que no pré-operatório, mas isso se constitui numa evolução normal. Até o 30º dia pós-operatório são comuns as equimoses, que podem se estender por períodos maiores, dependendo do caso.
PERÍODO DE RECUPERAÇÃO
É variável, mas em média, no caso de uma grande lipoaspiração, gira em torno de 10 dias. A partir daí o(a) paciente começa a ter condições para trabalhar, ainda que com restrições.
ALIMENTAÇÃO
A alimentação adequada é importantíssima para prover o restabelecimento do organismo e, para que isso se dê da melhor maneira, são necessárias calorias, sais minerais e proteínas. Portanto, nessa fase, não se deve fazer regime.
USO DE CINTA
O uso da cinta, em caso de lipoaspirações abdominais, é ininterrupto, já que tem como função moldar o corpo recém esculpido. Por favorecer a aderência da pele, nos primeiros cinco dias ela não deve ser retirada. A cinta é composta por uma camada de algodão que tem por finalidade acolchoar a região dolorida enquanto realiza leve compressão sobre a pele descolada.
CUIDADO ESPECIAL
As regiões que recebem enxerto de gordura merecem cuidado especial, não devendo haver pressão nesses locais para evitar a reabsorção da gordura enxertada. Via de regra esses enxertos se fazem na face lateral dos glúteos, razão pela qual o(a) paciente não pode deitar-se de lado.
RESULTADO FINAL
O resultado é um pouco tardio e nenhuma avaliação deve ser feita antes do sexto ou oitavo mês. Quando necessárias pequenas correções, elas geralmente são realizadas sem necessidade de internamento.
RETORNO ÀS ATIVIDADES ESPORTIVAS
Pacientes submetidos à lipoaspiração podem retornar às atividades esportivas leves (caminhada e corrida leve) depois de decorridos 30 dias. Após 60 dias podem retornar às atividades físicas habituais.